domingo, 28 de fevereiro de 2010

A Cabana


Era um noite quente do verão de 2010. Em uma cabana de campo, se encontravam cinco jovens. Estavam ali a cerca de 3 dias e 3 noites. A cabana era o único abrigo neste período, o porto seguro. Mas o perigo ronda por onde menos se espera.

Os jovens naquela noite se divertiam bebendo cerveja e tocando viola, acompanhados pelo som dos grilos. Quando o relógio bateu 10 h, dois deles desceram as escadas da cabana para fazer o jantar. Os outros três continuaram cantando e bebendo até algo acontecer...

Se você não quiser continuar amigo leitor, eu o entendo, pode parar por aqui e não terá pesadelos a noite. A mim, só resta continuar a história. O medo me diz para parar, mas a obrigação me faz prosseguir. Mas você leitor amigo, não tem a obrigação de continuar... Esta ai ainda? Você foi avisado leitor, não me culpe por uma noite mal dormida.

Um de nossos simples jovens é possuído por algo parecido com Jack Torrance de "O iluminado". Um ser violento e perigoso. Podemos ver isso no depoimento de um dos jovens:

"Estava na cozinha, na parte de baixo da cabana, quando um dos amigos desceu do quarto e disse em tom de pavor: "Ele esta louco!" Derepente ele surgiu, com cabelos nos olhos e um sorriso no rosto. Começou a jogar coisas. Fiquei com medo. Subi as escadas e deitei na minha cama. Fiquei ali, tremendo meu queixo em silêncio."

Outro jovem declarou:

"O banheiro parecia o lugar mais seguro do mundo naqueles instantes, lá estava eu, colocando o peso do meu corpo contra a porta enquanto tentava ouvir algum barulho...silêncio total na cabana. Dormiu, pensei. E com cautela, suave, comecei a abrir a porta. (música do Psicose) Ele estava diante de mim, sentado na mesa, mergulhado em um silêncio sepulcral com as medeixas caindo sobre a face. "Oi" ele disse. "ô" respondi, e subi correndo as escadas da cabana."

Os quatro jovens se encontravam agora no quarto. Em suas camas, em silêncio. Barulho nas escadas, ele estava subindo. Ninguém olhou para ele com medo de chamar sua atenção. Ele foi até sua cama, e ali se sentou. Ficaram assim por grande parte da noite. O medo impregnou o quarto até o sono o vencer...

domingo, 21 de fevereiro de 2010

No Meio do Caminho

"No meio do caminho tinha um poste
tinha um poste no meio do caminho
tinha um poste
no meio do caminho tinha um poste.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha um poste
tinha um poste no meio do caminho
no meio do caminho tinha um poste."
Parodiando Carlos Drummond de Andrade, apenas substituindo a sua pedra por um poste, o poema "No Meio do Caminho" serve como ótima introdução para a estória que contarei a você amigo leitor.

Era 6 de Janeiro de 2010. Após uma viagem até as Ruínas de São Miguel com a turma da história, eu não esperava pelo o que a noite me reservaria. No ônibus, voltando para Ijuí City, algumas cervejas, comércio de produtos eróticos... Tudo caminhando normalmente do que se espera de uma viagem de estudos de uma turma de história. Na terra da colmeia, duas garrafas de martinis e então o fatídico episódio...

Pela avenida 14 de Julho (direção centro / fidene), de carona no Passat de um tutor anarquista, a sede do Partido dos Trabalhadores (situação em Ijuí junto com PDT), quase sofre um atentado, digo quase porque, parodiando Drummond como acima, "no meio do caminho tinha um poste" (reparem amigo leitor que a sede do PT se encontrava do outro lado da rua).

Eu com "minhas retinas fadigadas" me encontrava dormindo no banco do carona, com a batida me acordei, olhei para o lado, e vi com uma expressão calma o tutor dizer: "Bati o carro." Então fui embora a pé.

Só nos resta uma dúvida: Terrorismo ou acidente? E a certeza de que nunca mais pego carona com ele e de que a sede do Partido dos Trabalhadores se salvou porque no meio do caminho tinha um poste. Tinha um poste no meio do caminho...

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Absurdo!

Como dizia Vinicius de Morais: "Se o cachorro é o melhor amigo do homem, então o whisky é o cachorro engarrafado."

Em Ijuí, existe uma casa noturna chamada Absoluto. O nome é bem apropriado, pois se trata da principal casa noturna da cidade, e seus donos possuem o monopólio do ramo. Por causa disto e de outras coisas, é que esta casa recebeu o apelido bem sugestivo de Absurdo... Certa noite, após a tradicional Vodka do Sábado, um cartaz na frente deste local me chamou a atenção: "Dose dupla de whisky até a meia noite." Como ainda era 11h, eu e meus amigos resolvemos entrar no antro. Pedimos informação na porta para saber se realmente era dose dupla. A confirmação nos deixou animados. Depois de pagar uma pequena fortuna para entrar, fomos direto para a copa, a pensando em nos esbaldar em um Red Label. Qual não foi nossas surpresa quando o tio da copa falou que a dose dupla na verdade significava garrafa dupla, ou seja, na compra de uma garrafa de whisky pela misera quantia de 70 pratas você levava outra. A dose, dose mesmo de 50 ml não era dupla. Fiquei puto! Como assim! No cartaz dizia dose dupla e não garrafa dupla porra! Reclamei com o cara da copa, mas o que ele poderia fazer? É apenas um subordinado, um sujeito que tem que vender sua força de trabalho, enfim, um proletário. Por isso, fui direto ao ponto. Fui falar com o patrão.
Acho que ninguém sabe, mas um velhote que fica sentado todo tempo em um canto, com roupa preta, olhar lúgubre, não é um dos seguranças da casa, mas sim, o dono, mais precisamente o pai do dono. Primeiramente tive a cara de pau de perguntar a ele se já que a garrafa representava a dose que o cartaz dizia ser dupla, o valor da garrafa era 8 reais (preço da dose de 50 ml), e ainda por cima era dupla, ou seja, 2 garrafas de whisky por 8 pratas. Depois fui bem claro com ele, a casa estava fazendo propaganda enganosa e teria que entrar contra ela no PROCON. A resposta dele? "Vai se nois contra sês!" Quem será que ganharia? A resposta é óbvia: Eles. Neste país, quem tiver os melhores advogados, ou seja, quem tiver mais dinheiro manda, pode fazer o que quiser e esta sempre com a razão. infelizmente é assim. Mas para não se incomodar com um chato querendo beber whisky, o velho taciturno liberou a dose dupla para nós até a meia noite.

Enfim, além de pagar um preço exorbitante para entrar, tem que mendigar uma dose dupla de whisky... Estes são os absurdos de uma noite no absurdo.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Hermanos

No final do mês de Dezembro o Centro Académico de História da Unijuí (Cahis), realizou uma viagem para ruínas de San Ignácio Miní na Argentina, declarada pela Unesco património mundial da humanidade, e para Posadas, capital da província Argentina de Missiones. A viagem ocorreu graças a competente diretoria do Cahis da Unijuí. Pessoal, estamos de parabéns...
Mas Como foi a viagem? Primeiramente quero que o leitor saiba que eu era um dos organizadores. Iríamos sair de Ijuí as 4h do dia 19 de Dezembro, mas para mim a viagem começou antes, precisamente as 19h do dia 18, em uma mesa de bar.
No ônibus, mais cerveja; pela manhã, uma sinuca ao sol em Porto Xavier, esperando abrir a barca para atravessar o rio Uruguai.
Em San Ignácio, visitamos as maravilhosas ruínas; em Posadas, procura por um bar, depois de visitar o inferno que é o mercado público, com seu emaranhados de corredores labirinticos e calor insuportável com castelhanas gostosinhas falando "que buscas?".
A procura de um bar em Posadas foi um verdadeiro martírio. Em um bar a cerveja era cara demais, outro estava cheio, em um não nos deixaram entrar... Procuramos até que um castelhano percebendo que éramos brasileiros e estávamos desesperador por uma gelada, nos deu carrona e levou-nos até um boteco.
No Botequim, conversou um pouco conosco dizendo que já havia viajado para o Egito, tinha trabalhado na ONU, na KGB, NASA e diabo a quatro; não sei se era verdade, mas quem provar que ele estava mentindo eu tiro meu chapéu.
Além de beber, fizemos mais um amigo no botequim argentino. Conversamos com ele, embora não entendíamos uma palavra do que ele estava dizendo, não por não falarmos castelhano, mas sim pelo alto estagio etílico de nosso hermano.
Enfim, a Argentina pra mim é isso... Stelas, Brahmas, Quilmes...

Nuestro Hermano Castelhano.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Fim das Férias

A Casa Laranja esta novamente aberta e com novidades neste mês de Fevereiro. Pretendo contar as estórias do período de férias. Entre estas estão amizades com castelhanos, uma discussão por whisky, um acidente de carro, um psicopata em uma cabana e o Fórum Social Mundial.