domingo, 29 de novembro de 2009

Nem Forca, Nem Faca...

Vladímir Maiakóvski

Maiakóvki, poeta, e exatamente por isso interessante. Um dos principais integrantes do movimento futurista russo, Maiakoski foi fortemente influenciado pelo movimento socialista de seu país. As suas obras se caracterizam por apresentar verbetes populares e uma poesia de dimensão critica-social. Mas não esta a dimensão de Maiakovski a qual quero comentar. Para vocês entenderem caro leitor, nosso poeta era também um boêmio.

"Melhor
morrer de vodka
do que de tédio!
"

Estes simples versos do poema "A Sierguéi Iessiênin" mostram a genialidade de Maiakovski. Seu principal seguidor neste ponto foi Bonham (baterista do Led Zeppelin), que encontrou a morte sufocado no próprio vomito após beber 40 doses de vodka. Dizem que Hendrix também encontrou a morte assim após beber vinho, mas esta é um outra estória...

"A Sierguéi Iessiênin",
poema de Maikóvski foi a resposta do poeta e um amigo, também poeta. Cabe conhecer aqui a história de morte de Sierguéi Iessiênin. Destruído pela bebida, pela depressão que o atormentava e sofrendo com alucinações após uma semana internado em um hospício, Iessiênin cometeu suicídio em 1925. Antes disto, escreveu um poema para seu amigo Maiakovsi:

"Até logo, até logo, companheiro,
Guardo-te no meu peito e te asseguro:
O nosso afastamento passageiro
É sinal de um encontro no futuro.
Adeus, amigo, sem mãos nem palavras.
Não faças um sobrolho pensativo.
Se morrer, nesta vida, não é novo,
Tampouco há novidade em estar vivo."

Cinco anos após Iessiênin escrever estes versos, Maiakóvki sucumbe a melancolia e também comete suicídio. Tenho certeza que os dois poetas estão hoje no céu tomando uma vodka (juntos com Bonham). A melancolia leva as pessoas ao suicídio. Com certeza o tédio é o pior inimigo humano. Por isso, nem forca, nem faca, tiro ou veneno... a melhor forma é a vodka! Satisfação e relaxamento garantidos antes do fim.

domingo, 22 de novembro de 2009

As Ciências Sociais e a Formação Crítica - Conclusão

"Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo."
Carlos Drummont de Andrade

Os Projetos políticos-pedagogicos das escolas expressam a importância, na prática pedagógica, desta formação crítica, Ética, política e cultural, sendo assim, a ciência social se torna imprescindivel na escola, por dar subsídios a esta formação. Mas ao mesmo tempo em que a ciência social configura esta fundamentação na escola, percebe-se que a cultura escolar não concebe toda a importância à mesma. Componentes como a história e geografia, que fazem parte da área das ciências sociais, têm geralmente carga horária menor que componentes de cunho mais técnico, como matemática ou física. A escola estimula muito mais a qualificação técnica, e as ciências sócias assumem, muitas vezes, o papel de curso preparatório para vestibular.
Embasado em todas estas afirmações, conclui-se que a ciências sociais têm papel fundamental na prática pedagógica, no conhecimento cultural, na formação da ética, da cidadania e da crítica social.

REFERÊNCIAS:

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Ed. Paz e Terra, 1996 (Coleção Leitura).
MARQUES, Mario Osorio. Botar a boca no mundo: cidadania, política e ética. Ijuí: Ed. Unijuí, 1999 (Coleção Ciências Sociais).
CORTELLA, Mario Sergio. A Escola e o Conhecimento: Fundamentos epistemológicos e políticos. 3. ed. São Paulo: Ed. Cortez: Instituto Paulo Freira, 2000. (Coleção Prospectiva; 5).
Ducumentos consultados na escola (Regimento Interno, Projeto Político Pedagogico, Plano de Estudos).

domingo, 15 de novembro de 2009

"A arte de cuspir ou (A dialética dos porcos)"

Pintura de W. Blake - Nebukadnezar (1795)

"Não se trata de ingressar no rebanho niilista, nem de criar um novo passatempo para discípulos de Schopenhauer, de Cioran, do budismo, do gnosticismo, dos adventistas ou do quer que seja. Apenas desejo apontar alguns truques e colocar a descoberto algumas das artimanhas que vêm sendo escamoteadas há séculos pelos estelionatários da moral , pelos comerciantes das leis e dos saber, bem como por outros rufiões da modernidade."


Esta é a introdução do livro "A arte de cuspir ou (A dialética dos porcos)", de Ezio Flavio Bazzo. Conheci o autor em julho deste ano, no congresso da União Nacional dos Estudantes, em um dos meus passeios pelo campus da UnB, após um debate acalorado sobre reforma politica. Como passava grande parte do tempo nas longas filas do congresso, fui atrás de um livro para ler nestes momentos. Teria que ser um livro com textos curtos, poesia, cronicas, talvez uma revista ou um gibi. Foi então que vi um velho vendendo livros, eram suas próprias obras sobre cetisismo e a condição humana. Conversei com o anarco-velho, e comprei dele no valor de 10 contos de reais uma de suas obras. Eram frases avulsas, escritas em suas viagens, e apresentava um universo niilista incrível. Em suas orelhas (nas do livro, não nas do velho) havia um texto de uma ator de ficção cientifica belga chamado
Jacques Sternberg, transcrevo abaixo o texto para vocês entenderem um pouco do espírito da obra:

Teoricamente, o homem é um ser humano.
Praticamente, é um tubo furado nas duas extremidades.
Mecanicamente, é um corpo pesado que rola de um abismo a outro.
Biologicamenta, é um esqueleto hábil.
Poeticamente, é um herói de sorriso doce.
Comercialmente, é um pedaço de bife de mais de 50 quilos com muita banha e muitos resíduos.
Quimicamente, é uma mistura de água de sangue e de ar.
Temporalmente, é um relógio feito para parar um dia.
Financeiramente, é uma conta ao revés que sonha ter uma conta no banco.
Culinariamente, é o prato preferido que devora a si mesmo.
Historicamente, é um cadaver de um verdugo ou de uma vítima.
Teatralmente, é o interprete monocorde de um monólogo sem interesse.
Geometricamente, é uma subtração final que se toma por uma adição.
Industrialmente, é uma máquina para fazer girar as maquinas.
Sideralmente, é uma merda de mosca perdida no meio das galáxias.
Publicitariamente, é a mais nobre conquista do detergente.
Religiosamente, é o altofalante do invisível e do inexistente.
Politicamente, é um catavento que indica de onde vem a palavra.
Cientificamente, é a prova mais recente da morte.
Cronologicamente, é um grande macaco que luta para inventar-se um porvir.
Musicalmente, é um canal Hi-Fi que só retransmite sons inuteis e discordantes.
Superlativamente é um ser pensante.
Geologicamente, é um futuro fóssil.
Originalmente, é um pequeno "nada" que quer ser um "tudo".
Cumulativamente, é um morto ainda em vida.
Juridicamente, é um culpado deixado em liberdade em sua prissão pessoal.
Abstratamente, é uma entidade que acredita ser uma ideia.
Esteticamente, é uma flagrante falta de gosto.


"A arte de cuspir ou (A dialética dos porcos)", obra anarco-niilista, tratado sobre o ser humano, nas palavras do autor: "cuspir é uma arte perversa".

domingo, 8 de novembro de 2009

As Ciências Sociais e a Formação Crítica - Parte 3

"Ei! Professores! Deixem essas crianças em paz!"

Destaca-se também o papel politico da ciência social. A contribuição através da construção, socialização e difusão de conhecimento, para a formação e vivência da cidadania, habilitando o sujeito a entender a sociedade e propor mudanças para qualificá-la. Esta construção da cidadania, sé é possível através da gestão democrática da escola, ou seja, os alunos ajudando a pensar as questões que permeiam a comunidade escolar. É importante também a formação critica e ética para esta construção da cidadania. Assim, o ensino da ciência social é imprescindivel para um entendimento da realidade, e para a transformação qualificativa da sociedade, através da ação da cidadania. Esta importância cresce ainda mais se avaliarmos o momento histórico que vivenciamos. Depois de anos de ditadura, a abertura democrática proporcionou a liberdade e a necessidade de atuação popular no espaço social.

A formação cultural também é um dos princípios que norteiam a ciência social. A cultura surge das relações humanas com o mundo, desta forma, todo sujeito possui cultura, não existindo apenas uma cultura elitista. A sociedade é formada por uma variedade muito grande de culturas, cabe à ciência social mostrar esta variedade, para que o sujeito respeite-as e não crie preconceitos culturais.

"A cultura é um produto procedente de uma capacidade essencial a qualquer individuo e por todos nós realizada. É absurdo supor que alguém não tenha cultura, tal concepção, é uma discriminação que interpreta o conceito de cultura apenas no seu aspecto intelectual, não levando em conta as várias produções humanas." (CORTELLA, 2000: 42).

domingo, 1 de novembro de 2009

"Teoria do Gato Flutuante"


Teoria é um conhecimento especulativo, uma hipótese. Os indivíduos e grupos produzem suas verdades. A comprovação cientifica de uma teoria é apenas mais uma visão sobre o objeto em questão. A ciência, se torna em muitos casos mais dogmática que a religião. A verdade cientifica não é nada mais que uma verdade de um determinado grupo, uma ideia, uma teoria. Eu particularmente sou um cético. Tenho minhas próprias incertezas, você amigo leitor, pode ter suas certezas, verdades eternas, sejam elas cientificas ou espirituais. Posso não concordar com você, mas respeito seu ponto de vista. Não me peça para acreditar porque sua teoria tem valor cientifico ou simplesmente porque você acha que é uma verdade. Teorias são simplesmente teorias.

Uma teoria que não consigo compreender é a teoria da relatividade especial de Einstein, esta comprovada pelo o mundo da ciência. Segundo a teoria, ao viajar em uma velocidade próxima a da luz, haveria uma dilatação temporal, ou seja, o tempo passaria de forma diferente para o objeto em viagem em relação a um objeto externo (para o segundo o tempo iria passar mais lentamente). Não sei como Einstein chegou a esta teoria, mas para mim parece uma ideia absurda (assim como tantas outras), um chute do gênio. Um momento de delírio após uma vodka.

Outra ideia interessante é a teoria do caos, usada para explicar sistemas complexos, dinâmicos e inexplicáveis. Sistemas que por uma série de fatores são instáveis. Onde qualquer pequena alteração, pode provocar grandes mudanças: "O bater das asas de uma borboleta num extremo do globo terrestre , pode provocar uma tormenta no outro extremo no intervalo de tempo de semanas." A ideia de explicar o caos também me parece absurda. Mesmo assim, estas duas teorias: a da relatividade e a do caos me fascinam. Muito mais pela suas possibilidades de criação de ideias ficcionais e poéticas do que como ideia cientifica.

Agora vamos para onde eu queria chegar. "A teoria do gato flutuante".

Como vocês todos sabem amigo leitor, os gatos caem sempre de pé. A transmissão das mensagens nervosas entre os ouvidos, os olhos, os músculos e as articulações do gato ocorre muito rapidamente, permitindo que estes tenham um apurado senso de equilíbrio.

A lei de Murphy, é um dos princípios que fundamenta as leis do universo. Segundo ela: "Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível. E se algo pode dar certo, tem grandes chances de dar errado." Estes princípios, caro leitor, tenho certeza que vocês já o confirmaram de forma pratica, se não o confirmaram, tenham certeza que o confirmaram em breve. Para você entender melhor a lei de Murphy, leia alguns pontos teóricos em: http://desciclo.pedia.ws/wiki/Lei_de_Murphy
Para entender a teoria do gato flutuante, um ponto teórico merece ser destacado: "O pão sempre cairá com o lado da manteiga virado para baixo."

A teoria do gato flutuante consiste em um confronto entre as duas ideias acima: O que acontece se eu amarrar um pão com manteiga nas costas de um gato? A biologia diz que os gatos sempre caiem de pé. Segundo a lei de Murphy, o pão cai sempre com a manteiga virada para baixo. Haveria um equilíbrio de força, ou seja, o gato sairia voando. A teoria nunca foi confirmada cientificamente, mas devemos admitir que possui uma base teórica bem fundamentada, sendo mais fácil de acreditar do que uma dilatação temporal ou de uma teoria que busca explicar o inexplicável.


Manuscrito Original da "Teoria do Gato Flutuante".