domingo, 18 de abril de 2010

Comércio na Colônia Ijuhy

Ijuí destaca-se atualmente por ser um importante centro comercial do Estado do Rio Grande do Sul. A atividade comercial se desenvolveu ao longo dos anos, ou seja, a atual conjuntura é resultado de um processo histórico. A Casa Dico merece destaque nesta história não apenas por ser a primeira casa comercial de Ijuí, mas também por sua fundação ser de fundamental importâmcia para o desenvolvimento da colônia Ijuhy.

Fundada em 1890 (mesmo ano da colônia Ijuhy), por Antônio Soares de Barros, o Coronel Dico, e seu irmão Salatiel, a casa comercial era mais propriamente um bolicho de tábuas pregadas horizontalmente, e dentro dele, um tosco balcão e algumas rudes prateleiras. Para começar o negócio, Dico e Salatiel adquiriram de Franklin Veríssimo uma pipa de cachaça, parte à vista e parte a prazo, além de outras mercadorias como sabão,açucar, etc. Dico ficou encarregado de tomar conta da venda, enquanto seu irmão Salatiel, que residia em Cruz Alta, redigia a correspondência encaminhando pedidos de mercadorias às firmas de Porto Alegre.

O desconhecimento dos idiomas estrangeiros falados pela maioria dos colonos foi um dos maiores problemas enfrentados por Dico em Ijuí, pois era uma colônia de imigrantes de diversas nacionalidades. Esta particulariedade levou a contratação do primeiro empregado do estabelecimento, o polonês Ladislau Jachowski, conhecido como "organista". Na época, os imigrantes recém chegados em Ijuhy compravam, da Comissão de Terras e Colonização, os lotes rurais e recebiam créditos necessários para compra de ferramentas de trabalho. Estes créditos eram gastos obrigatoriamente na Casa Dico, deste modo, o negócio progredia, tanto que em 1900, a firma já se instalava em uma casa de alvenaria na esquina da Rua do Comércio com a Rua Sete de Setembro.

Além de desempenhar a função de venda de produtos manufaturados, a casa comercial comprava e revendia produtos coloniais, desempenhando assim papel importante para economia da região. Em 1925, a agência Chevrolet é incorporada a Casa Dico, que mais tarde transfere sua matriz para Porto Alegre.

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